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Infraestrutura de TI

X-energy Levanta US$ 1,4 Bilhão: A Nova Era da Energia Nuclear para IA e Big Techs

A startup X-energy garantiu um financiamento massivo, totalizando cerca de US$ 1,4 bilhão nos últimos meses, impulsionada pelo investimento da Amazon e outras gigantes. O movimento sinaliza uma nova era onde a energia nuclear se torna vital para alimentar data centers de Inteligência Artificial.

Caio Vinicius F. Cunha
Caio Vinicius F. Cunha
Analista de Tecnologia e Inovação
25 de novembro de 2025
5 min de leitura
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X-energy Levanta US$ 1,4 Bilhão: A Nova Era da Energia Nuclear para IA e Big Techs

 

Introdução

A demanda insaciável por energia para processamento de Inteligência Artificial (IA) está forçando uma reconfiguração global na infraestrutura elétrica. Com a rede tradicional sobrecarregada e as energias renováveis intermitentes (como solar e eólica) enfrentando desafios de estabilidade, as grandes empresas de tecnologia ("Big Techs") encontraram uma solução na energia nuclear de próxima geração.

Neste cenário, a X-energy surge como protagonista. A empresa, especializada em tecnologia de reatores avançados, confirmou nesta semana o fechamento de uma rodada Série D, elevando o total de capitais levantados para cerca de US$ 1,4 bilhão no último ano. Este montante valida a estratégia de que o futuro da IA depende de fontes de energia limpa, segura e, acima de tudo, constante ("baseload").

 

O Investimento Bilionário: Série D e o Apoio da Amazon

A X-energy concluiu sua rodada de financiamento Série D, captando US$ 700 milhões. Este novo aporte soma-se aos recursos levantados anteriormente na Série C-1, que foi ancorada pela Amazon através do seu Climate Pledge Fund e incluiu nomes como Ken Griffin (Citadel) e Ares Management.

O ciclo de investimentos atraiu novos pesos pesados do mercado financeiro e tecnológico:

  • Líder da Rodada: A firma de trading Jane Street liderou o aporte da Série D.
  • Novos Investidores: O portfólio agora inclui ARK Invest, Galvanize, Hood River Capital e Point72.
  • Pipeline de Projetos: Os recursos visam expandir a cadeia de suprimentos para atender a um "orderbook" (livro de pedidos) que já ultrapassa 11 gigawatts (GW), o equivalente a cerca de 144 reatores.

 

Xe-100: A Tecnologia dos Reatores Modulares (SMRs)

Para entender o motivo de cifras tão altas, é preciso compreender a inovação técnica da X-energy: os Pequenos Reatores Modulares (SMRs).

Diferente das usinas nucleares gigantescas do passado, o modelo Xe-100 apresenta diferenciais críticos para a instalação próxima a data centers:

  1. Potência Escalável: Cada reator gera 80 MW de eletricidade. Um "pacote" padrão de quatro unidades entrega 320 MW, ideal para grandes clusters de computação.
  2. Segurança Intrínseca (TRISO-X): O reator utiliza um combustível patenteado chamado TRISO-X. Ele é encapsulado em camadas de cerâmica que retêm os subprodutos da fissão e não derretem, mesmo em cenários extremos de perda de refrigeração.
  3. Modularidade: As unidades são pré-fabricadas, reduzindo o tempo de construção e o custo inicial comparado à fissão tradicional.

 

O Nexo entre IA e Energia Nuclear

A corrida pela Inteligência Artificial Generativa criou um gargalo energético. As "hyperscalers" (como Amazon, Microsoft e Google) precisam de energia 24 horas por dia, 7 dias por semana — algo que a energia solar e eólica sozinhas não conseguem garantir sem baterias caríssimas.

A parceria estratégica entre a Amazon e a X-energy prevê a implementação de mais de 5 GW de novos projetos nucleares até 2039. Isso resolve dois problemas simultâneos: fornece a carga de base necessária para treinar modelos de IA e mantém o compromisso das empresas com metas de descarbonização (Net-Zero).

 

Conclusão

O levantamento de US$ 1,4 bilhão pela X-energy consolida a energia nuclear avançada como a espinha dorsal da infraestrutura da Inteligência Artificial. Com o apoio financeiro da Amazon e da Jane Street, os SMRs deixaram de ser apenas projetos de engenharia para se tornarem ativos estratégicos de negócios.

Para líderes de tecnologia, a mensagem é clara: a capacidade de processamento do futuro será medida não apenas em teraflops, mas em megawatts nucleares disponíveis.

Quer entender como a infraestrutura de TI da sua empresa deve se adaptar a essa nova matriz energética? Acompanhe as análises técnicas da CFATECH.

 

Fontes consultadas

 

Tags: X-energy, Energia Nuclear, SMR, Inteligência Artificial, Amazon, Xe-100, Data Centers, Sustentabilidade, Jane Street, Investimento Tech

Caio Vinicius F. Cunha

Caio Vinicius F. Cunha

Analista de Tecnologia e Inovação

Analista de Tecnologia e Inovação

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