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Flamengo: A Tecnologia por Trás dos Títulos

O Flamengo implementou um plano diretor de TI que revolucionou sua gestão esportiva. Ao integrar Inteligência Artificial, sensores biométricos e Realidade Virtual, o clube transformou dados brutos em performance, prevenindo lesões e otimizando a tática em tempo real. Entenda como a tecnologia se tornou um pilar das vitórias rubro-negras.

Caio Vinicius F. Cunha
Caio Vinicius F. Cunha
Analista de Tecnologia e Inovação
04 de dezembro de 2025
5 min de leitura
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Flamengo: A Tecnologia por Trás dos Títulos

Inovação no futebol brasileiro

No cenário competitivo do futebol moderno, a intuição técnica precisa ser validada por dados concretos. O Clube de Regatas do Flamengo compreendeu essa necessidade e executou um robusto plano estratégico de tecnologia, transformando sua estrutura interna e a forma como o jogo é gerido [1].

A tecnologia no clube deixou de ser uma área de suporte para se tornar central na estratégia de futebol. Com sistemas que capturam informações em tempo real e softwares de gestão avançada, o Flamengo elevou o nível de decisão da comissão técnica e da diretoria [1]. Este artigo explora como a Inteligência Artificial (IA), o Big Data e a Realidade Virtual estão sendo utilizados para maximizar resultados dentro e fora de campo.

 

O Jogo em Alta Resolução: Análise Tática e Tempo Real

A capacidade de leitura de jogo do Flamengo é potencializada por um ecossistema tecnológico que monitora cada movimento em campo. O clube utiliza softwares de análise de vídeo, como o Hudl Sportscode, integrados a câmeras táticas que oferecem uma visão panorâmica e detalhada, superior à transmissão televisiva [2].

Captura de tela ou foto ilustrativa da interface do software Hudl Sportscode mostrando linhas táticas e métricas sobre o campo

Fonte: Reprodução / Hudl

 

O processo de análise ocorre em tempo real e envolve etapas cruciais:

  • Dados Instantâneos: Analistas de desempenho recebem métricas ao vivo sobre o comportamento tático da equipe e do adversário [1].
  • Ajustes Dinâmicos: A comissão técnica pode corrigir posicionamentos e alterar estratégias durante a partida, baseando-se em evidências visuais e estatísticas precisas [2].
  • Integração: As informações são cruzadas para identificar padrões de jogo, permitindo antecipar ações dos oponentes [1].

 

Scouting e Gestão: Decisões Guiadas por Algoritmos

A montagem do elenco rubro-negro passa por um filtro rigoroso de dados. O departamento de scouting utiliza Inteligência Artificial para processar históricos de performance e estatísticas de milhares de atletas, substituindo a observação puramente subjetiva por uma análise preditiva [3].

Além da busca por talentos, a gestão administrativa também foi modernizada com a implementação do sistema SAP (RISE with SAP). Essa ferramenta unifica a gestão do clube, garantindo que as decisões financeiras e operacionais acompanhem a eficiência exigida pelo futebol de alto rendimento [4]. A tecnologia permite:

  • Redução de riscos em contratações de alto valor.
  • Comparação detalhada entre possíveis reforços e o elenco atual [3].
  • Agilidade e transparência nos processos internos do clube [5].

 

Alta Performance: A Ciência da Prevenção de Lesões

Manter o elenco saudável em um calendário intenso é um dos maiores trunfos do Flamengo. O departamento médico e de fisiologia transformou o Centro de Treinamento em um laboratório de alta performance, focado na prevenção.

Sensores e Monitoramento WIMU

Os atletas utilizam o sistema WIMU, que combina GPS e acelerômetros de alta precisão aprovados pela FIFA [6]. Esses dispositivos monitoram:

  • Distância percorrida e velocidade (sprints).
  • Frequência cardíaca e impacto físico (carga externa).
  • Níveis de fadiga em tempo real [6].

Foto em close do dispositivo WIMU ou de um jogador vestindo o colete de monitoramento GPS durante treino Fonte: Reprodução / Extra Globo

Poder Preditivo da IA

Combinando termografia e dados históricos dos atletas, a Inteligência Artificial aplicada pelo clube consegue ajudar na previsão de até 70% das lesões musculares (sem contato) [3]. Isso permite que a comissão técnica poupe jogadores no momento exato, evitando afastamentos longos e garantindo força máxima nos jogos decisivos.

 

Inovação nos Treinos: Realidade Virtual e Cognição

A preparação no Flamengo vai além do físico; ela treina o cérebro. O clube foi pioneiro no Brasil ao adotar tecnologias de Realidade Virtual (VR) e sistemas de treinamento cognitivo [7].

Foto de um goleiro ou jogador de linha utilizando óculos de Realidade Virtual (VR) em ambiente de treino Fonte: Reprodução / Globo Esporte

Essas ferramentas são fundamentais para posições que exigem reflexo rápido, como os goleiros. Com o uso de óculos especiais e simuladores:

  • Os atletas vivenciam cenários de jogo virtuais para aprimorar a tomada de decisão [7].
  • Goleiros treinam reflexos com visão obstruída momentaneamente, aguçando a resposta cognitiva [8].
  • É possível manter o ritmo de jogo e a memória tática mesmo durante processos de recuperação física, sem impacto nas articulações [7].

 

Conclusão

A trajetória do Flamengo prova que a tecnologia é um acelerador de competência. Ao integrar análise de dados, gestão SAP, prevenção de lesões via IA e treinamento cognitivo, o clube construiu uma estrutura sustentável que suporta a conquista de títulos [1].

Para o mercado corporativo e esportivo, a lição é clara: a inovação, quando aplicada com um plano diretor estratégico, transforma dados em vantagem competitiva e converte estratégia em vitórias tangíveis.

 

Fontes consultadas

 

Tags: Inteligência Artificial, Flamengo, Tecnologia no Esporte, Big Data, Gestão Esportiva, SAP, WIMU, Realidade Virtual, Prevenção de Lesões.

Caio Vinicius F. Cunha

Caio Vinicius F. Cunha

Analista de Tecnologia e Inovação

Analista de Tecnologia e Inovação

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